segunda-feira, 30 de dezembro de 2013

A fogueira no adro da Igreja

As batidas ledas do sino espalham-se pelo adro festivo, envolvendo a fogueira dolente, prosseguem até aos limites obscuros da aldeia, e continuam para além dela. Homens sisudos olham as labaredas fulvas, de mãos nos bolsos. Estalidos quentes irrompem pelo espaço cónico, que durante a tarde os rapazes da aldeia ergueram, feito de troncos de pinheiro e raízes de velhas oliveiras. Crianças irrequietas saltitam por ali, indiferentes a tudo. Um rapazito puxa pela aba do casaco do pai – Amo-te – “A – mo – te”. Ouvia o eco límpido das três sílabas, distintas, desventrando a noite (e a vida) como relâmpagos. Tinha a certeza que sim. A memória não o enganava. Não aquela memória límpida e cristalina. Já passaram anos. Mas como poderá algum dia esquecer esta simples palavra, estas três sílabas lúcidas. Tinha a certeza que fora esta a palavra proferida anos antes. «Mas o que é dizer?» Pensava para si mesmo. Afinal, as palavras são ocas. As palavras não trazem consigo o objecto a que se referem. Qual a diferença entre uma palavra sedutora, que nos enche e ilumina, mas que não têm qualquer substância, e outra, que ainda que seja uma profunda expressão da alma, não provoca qualquer ressonância em nós? As palavras são meras pontes, janelas que se abrem sobre o horizonte, não trazem consigo os automóveis que as atravessam, nem os pores-do-sol dourados. Ouviria aquele eco antigo até ao último soluço de vida. Aquela palavra, sedutora entre as sedutoras, que como todas as outras, retiradas todas as contingências e idiossincrasias, não é nada mais que o som produzido pelas cordas vocais, e refinado entre a ponta da língua, o céu-da-boca e o ligeiro toque nos dentes – ou o traço, mais ou menos arredondado, da tinta sobre o papel.
Era Natal. Mais um Natal frio, na aldeia. Há quantos anos se reuniam ali aqueles homens? E quantos antes deles, foram pelos campos granjeados, em busca de velhos troncos? Quantos depois dele viriam? «Poucos» Pensava. Quanto tempo falta para que a aldeia deixe de existir na memória dos seus habitantes, e comece a desaparecer entre os papéis pardos dos burocratas, ou entre os zeros e uns informáticos? Pela uma da manhã o adro dorme solitário, tremendo sob o lume crepitante. O vento zurze entre os galhos da tília, e o ar começa a arrefecer. A noite torna-se mais escura, coberta de espessas nuvens. Começa a nevar. A princípio, flocos minúsculos de neve, quase invisíveis, que se desfazem de imediato ao tocar o chão. Depois, durante minutos, vão ganhando consistência; deixam de ser transparentes, transformando-se em flocos alvos, que descem em espirais, em torno da fogueira, confundindo-se com as faúlhas apagadas que terminam o seu voo.



quinta-feira, 26 de dezembro de 2013

Fogueira de Natal

      Em muitas aldeias do Interior de Portugal, a noite de Consoada é tradição ser passada em volta da fogueira de Natal normalmente situada junto do adro da Igreja. Nalgumas delas, a fogueira de Natal tem início na noite de Consoada e mantem-se a arder até ao dia de Reis. Esta tradição teve origem em cultos pagãos, na celebração do solstício de Inverno, no qual se acendiam grandes fogueiras ao ar livre. Apesar do frio que se faz sentir por ser Inverno, as pessoas não deixam de participar nesta tradição e o calor da fogueira juntamente com alguns petiscos e o convívio entre o povo aquecem o ambiente.
      Antigamente enfeitavam-se os carros de bois ou mais recentemente os tratores para ir aos troncos, havendo sempre uma enorme folia no seu transporte até junto da igreja onde lhes pegavam fogo. Hoje em dia, procede-se por cá à recolha de lenha sem enfeitar os veículos de transporte. Nalgumas localidades apenas se acende a fogueira após a Missa do Galo, enquanto noutras com o cair da noite a fogueira é acesa. As pessoas juntavam-se perto da fogueira, chegada a hora iam à Missa do Galo e quando esta terminava reuniam-se de novo junto da fogueira e por ali partilhavam experiências e vivências e se mantinham noite fora. Além da fogueira de Natal por cá também é tradição as pessoas tocarem os sinos da igreja na noite de consoada lembrando a chegada do Menino Jesus.

Lá na minha aldeia
Fazia-se a fogueira de Natal
Todos juntos em assembleia
Era uma festa de afectos sem igual.

Homens, mulheres e crianças
No largo se juntavam em redor da fogueira
Havia música, alegria, carinho e esperanças
Mais um Natal, uma festa, uma vida inteira.

Os minutos corriam, as horas nem se viam passar
A noite chegava, a fogueira de Natal iam acender
Com lenha, pneus, para que não se pudesse apagar
Eu, e todos os participantes, jamais iremos esquecer…

Saudade de tempos passados, dos amigos!
Nos Natais todos eramos família
A fraternidade, os sorrisos, muitos sorrisos
Ecoavam, junto à fogueira de Natal que se fazia.

Mc Batista



quinta-feira, 28 de novembro de 2013

A vida na grande terra

A vida na grande terra
Corrompe a humanidade.
Entre a cidade e a serra
Prefiro a serra à cidade.

O mundo só pode ser
Melhor do que até aqui,
-Quando consigas fazer
Mais p'los outros que por ti!

Quantas sedas aí vão,
Quantos colarinhos,
São pedacinhos de pão
Roubados aos pobrezinhos!

Quem prende a água que corre
É por si próprio enganado;
O ribeirinho não morre,
Vai correr por outro lado.

António Aleixo

segunda-feira, 11 de novembro de 2013

Dia de São Martinho

        O dia de São Martinho comemora-se hoje, 11 de Novembro. Neste dia, no nosso país, assam-se as castanhas e prova-se o vinho. Manda a tradição que este dia seja festejado com castanhas, agua pé e bom convívio.

        O magusto é a festa em que se assam as castanhas (que se colhem nesta altura) e se convive. Tem a ver com o momento em que, após a vindima, nos meses de Setembro e Outubro, o vinho está pronto e se prova.



Lenda de São Martinho

Segundo reza a lenda, num dia frio e tempestuoso de outono, um soldado romano, de nome Martinho, percorria o seu caminho montado no seu cavalo, quando deparou com um mendigo cheio de fome e frio. O soldado, conhecido pela sua generosidade, tirou a sua capa e com a espada cortou-a ao meio, cobrindo o mendigo com uma das partes. Mais adiante, encontrou outro pobre homem cheio de frio e ofereceu-lhe a outra metade. Sem capa, Martinho continuou a sua viagem ao frio e ao vento quando, de repente, como por milagre, o céu se abriu, afastando a tempestade. Os raios de sol começaram a aquecer a terra e o bom tempo prolongou-se por cerca de três dias. Desde essa altura, todos os anos, por volta do dia 11 de Novembro, surgem esses dias de calor, a que se passou a chamar "verão de São Martinho".



sábado, 2 de novembro de 2013

Dia de Finados 2 de Novembro

Lembramos nossos mortos neste dia
que consagramos tristes aos finados;
passaram para o Além e a lájea fria
apenas guarda os corpos sepultados.

Hoje tudo é perpétua nostalgia...
Ouvem-se preces, prantos desolados,
um porquê inexplicável excrucia
até os corações mais resignados.

Dos páramos celestes desce a luz,
iluminando a terra que se habita;
e a verdade mais crua se traduz

pela certeza natural e aflita
que fatalmente a todos nos conduz
à noite eterna... trágica... infinita...

Soneto de Finados - Ialmar Pio Schneider


segunda-feira, 14 de outubro de 2013

Matança do porco

           Actualmente já é muito raro acontecer por cá mas a matança do porco era uma tradição popular que era repetida ano após ano quer em Valbom quer nas mais diversas aldeias portuguesas.  
            Durante o ano toda a malta da casa ajudava na alimentação do porco. Pela altura do Natal ou Ano novo era tempo da matança. Informava-se a família e preparava-se o material necessário para o momento da matança, lavava-se a salgadeira, tratava-se das varas para o fumeiro, alguidares para recolher o sangue e para temperar e guardar a carne para os enchidos e adquiriam-se os bens alimentares e temperos necessários (vinho branco, cominhos, pimental, sal, tripas, etc.). Na véspera era cozido o pão e faziam-se os fritos para o dia da matança que era um dia de festa pois além do convívio do momento, estava ali assegurada parte da alimentação da família para o ano seguinte.
            Bem pela manha do dia da matança as pessoas iam chegando e começavam por comer algo, mais vulgarmente designado por “matar o bicho” para depois se iniciar a actividade. Acendia-se uma fogueira para aquecer as pessoas e os homens iam à pocilga buscar o animal que no dia anterior não tinha tido direito a qualquer alimentação. Mesmo assim, havia sempre alguma resistência da parte do animal a deixar-se apanhar provocando momentos de animação quer a quem o tentava apanhar quer a quem via a situação ao longe. Com mais ou menos esforço o animal acabava por ir parar à banca estando amarrado à mesa e com os homens a segura-lo em todos os pontos onde era possível. Estando o animal preso e mais que seguro não lhe restava mais nada que grunhir ao sentir que não estava no seu ambiente normal. E era chegado o momento de alguém espetar a faca no animal o que provocava enorme sofrimento no animal e originava fortes grunhidos. Após este momento seguia-se a recolha do sangue para um alguidar de barro no qual havia pedaços de pão e gotas de vinagre para que o sangue não coalhasse.
            Enquanto os homens se mantinham em volta do porco, as mulheres traziam água da fonte para as lavagens. Seguidamente tinha início o chamusco dos pelos do porco com palha a arder. Depois era lavado e raspado sendo posteriormente pendurado para ser aberto. Ao abrir retiravam-se as vísceras e os órgãos para um tabuleiro. Depois eram retiradas as tripas e os intestinos. Pendurava-se o porco no chambaril onde se faziam os toucinhos. O pendurar do porco significava o fim do primeiro dia de matança para os homens. As mulheres continuavam os seus afazeres. Um grupo ia à ribeira lavar as tripas, enquanto outras iam preparando o almoço. Após almoçar os homens continuavam à mesa jogando às cartas, conversando e bebendo uns copos. As mulheres, terminado o almoço, lavavam a loiça e iniciavam a preparação das morcelas. Preparavam-se os atilhos e as enchedeiras e após verificar o tempero começavam-se a encher as tripas atando-as e colocando-as a cozer em lume brando para não rebentarem. Após cozerem, eram colocadas em varas para corarem.
            Chegada a hora do jantar, as mulheres mantinham-se à lareira e os homens a jogar as cartas enquanto a dona de casa o preparava para todos. No dia seguinte era feita a desmancha do porco.



"... quantas saudades dos jantares de familía! Do tempo da matança! Os rojões quentes que chiam no prato! Os sarrabulhos cheirosos!" (Eça de Queirós)
Tradicional matança do porco nos anos 60 na nossa aldeia

terça-feira, 1 de outubro de 2013

Poema do idoso

Se meu andar é hesitante
e minhas mãos trémulas, ampare-me.
Se minha audição não é boa, e tenho de me
esforçar para ouvir o que você
está dizendo, procure entender-me.
Se minha visão é imperfeita
e o meu entendimento escasso,
ajude-me com paciência.
Se minha mão treme e derrubo comida
na mesa ou no chão, por favor,
não se irrite, tentei fazer o que pude.
Se você me encontrar na rua,
não faça de conta que não me viu.
Pare para conversar comigo. Sinto-me só.
Se você, na sua sensibilidade,
me ver triste e só,
simplesmente partilhe comigo um sorriso e seja solidário.
Se lhe contei pela terceira vez a mesma história num
só dia, não me repreenda, simplesmente ouça-me.
Se me comporto como criança, cerque-me de carinho.
Se estou doente e sendo um peso, não me abandone.
Se estou com medo da morte e tento negá-la,
por favor, ajude-me na preparação para o adeus.
                      (Autor Desconhecido)


terça-feira, 24 de setembro de 2013

A vindima

           Com a chegada do outono tem inicio mais uma fase de trabalho agrícola. Desta vez será a tarefa final relacionada com as vinhas, após um ano de diversos trabalhos e ofícios sobre a videira eis que surge o momento da colheita das uvas, a vindima.
           A agitação em torno da vindima começou já no mês de agosto com a chegada das cartas da adega cooperativa para que cada pessoa marque quais os dias em que pretende fazer a sua vindima. As pessoas começaram a difícil tarefa de procurar pessoal para auxiliar no dia em que decidiram fazer a vindima. É difícil encontrar pessoas para a vindima pois a aldeia não tem grande quantidade de habitantes e a maioria dos que ainda resistem à desertificação são pessoas já com alguma idade a quem já faltam as forças para trabalhos mais pesados. Algumas pessoas vão vindimar para outras para assim depois irem para elas também, havendo troca de pessoal e entre ajuda o que facilita a tarefa, porém, nem sempre é possível efectuar todo o trabalho assim sendo necessário chamar algumas pessoas a ganhar o dia. Com as trocas e as pessoas chamadas a ganhar o dia assim se cria o “rancho” necessário para a colheita das uvas.
           Chegado o dia da vindima, o pessoal junta-se e vão ate à vinha. Dependendo da quantidade de gente que há, assim se opta por levar mais ou menos arretos de cada vez. As pessoas organizam-se e vão colhendo as uvas, separando a uva branca da uva tinta, enquanto um tractor vai andando por perto para fazer a recolha dos caldeiros individuais para a caixa. Quando a caixa do tractor enche este sai da zona em que as pessoas andam a colher e vai despejar a um outro tractor com um reboque que contem os latões, de grandes dimensões que vão fazer o transporte das uvas da vinha para a adega cooperativa. É comum andar mais que um tractor ao longo dos arretos para a recolha e se a pessoas tiver bastantes uvas também será mais que um tractor a caminho da adega, assim, enquanto um vai despejar está outro disponível para se poder ir colhendo. Também é importante a existência de mais do que um tractor a caminho da adega, quando necessário, uma vez que uma ida à adega é sempre uma incógnita, nunca se sabe se vai demorar ou não, pode haver muita gente a tentar depositar uvas e é necessário aguardar a vez. A manhã passa e as videiras vão ficando vazias com o passar das pessoas pelos arretos, chegada a hora de almoço, é momento de pausa para um pouco de descanso e alimentação e algum convívio também. Após a paragem para almoço segue-se mais uma tarde em tudo parecida com a manhã com mais uvas à espera de uma tesoura que as separe da videira que as susteve até ao seu amadurecimento.  Dependendo da quantidade de uvas do dono das videiras assim o dia de trabalho pode ser mais curto ou mais longo, há ocasiões em que as vindimas ao meio dia estão terminadas outras em que só um dia não é o suficiente para se colherem todas as uvas.
           A vindima é geralmente o trabalho relacionado com a videira que envolve mais gente, porem não é o único trabalho necessário ao longo do ano. Para que anualmente se faça a vindima há um conjunto de tarefas que necessitam de ser feitas ao longo do ano para tratar das vinhas. Assim, na fase mais fria do ano, ao longo dos meses de inverno faz-se a poda da videira que consiste na “limpeza” da planta para que a mesma possa rebentar de novo na primavera seguinte, na poda geralmente deixa-se apenas uma vara e um polegar à planta. Já no decorrer da primavera, ata-se a vara que foi deixada na poda a um arame existente ao longo do arreto das videiras para que a videira em torno daquela vara que se prende. Geralmente recorre-se a junco para atar as videiras. Com o tempo de primavera (por vezes) mais quente faz-se a descava na qual se faz uma pequena cova em torno da videira para possibilitar a eliminação dos bravos. Após serem retirados os bravos procede-se à lavragem dos terrenos para voltar a tapar a planta e assim as proteger dos raios solares. Dependendo das condições meteorológicas e do estado fenológico da videira, assim se fazem diversos tratamentos na planta. Há quem retire algumas folhas às videiras para que os raios solares cheguem mais facilmente às uvas, quem corte as varas antes de lavrar para não se partirem com a passagem do tractor pelos arretos, e também quem deite fertilizantes junto das plantas para as fortalecer… Todos estes trabalhos devem ser repetidos anualmente e são importantes para a manutenção da vindima.
           A vindima não se resume apenas ao dia em que uma pessoa decide colher as uvas. As cartas da adega chegaram no fim do mês de agosto, desde aí com a procura do pessoal para o trabalho até ao término da vindima própria e de todas as pessoas a quem se prometeu o dia a azafama não pára. Para a nossa aldeia a adega cooperativa ainda não abriu porém nos últimos dias se tem notado que a vindima está próxima uma vez que os tractores a caminho da adega vindo de outras aldeias já se fazem sentir, a adega cooperativa não abre as portas para todo o concelho ao mesmo tempo pois há zonas em que as uvas amadurecem mais cedo que outras, havendo assim localidades onde a vindima já se faz sentir antes de a adega abrir para a nossa terra.
  

            “O que é bonito neste mundo, e anima, é ver que na vindima de cada sonho fica a cepa a sonhar outra aventura. E que a doçura não se prova se transfigura noutra doçura muito mais pura e muito mais nova.” Miguel Torga

sexta-feira, 13 de setembro de 2013

Receita dos tradicionais Bolos de Manteiga

Ingredientes
2 ovos;
250 g de açúcar
250 g de manteiga
1,200 kg de farinha

- Derreter a manteiga
- Bater a manteiga com o açúcar
- Juntar os ovos
- E por fim juntar a farinha 












Preparação da massa para ser colocada no forno













Após saírem do forno

segunda-feira, 26 de agosto de 2013

Freguesias Sem Fronteiras 2013

       
         Decorreu nos passados dias 21, 22 e 23 de Agosto em Pinhel mais uma edição do Freguesias sem fronteiras. Este ano Valbom também entrou em campo tendo participado com uma equipa da nossa aldeia. No dia 21 as equipas do Azêvo, Ervas Tenras, Freixedas, Lamegal, Lameiras, Manigoto, Pinhel C, Pinhel D, Pínzio e Vascoveiro participaram no jogo das Galinhas, dos Piratas, do Polvo e do Bowling. No dia 22 foi a vez das equipas de Pala, Pinhel A, Pinhel B, Pinhel E, Pinhel F, Quintã dos Bernardos, Quinta Nova, Roque - Gouveias, Souropires e Valbom participarem nos mesmos jogos que as equipas do dia anterior. Já no dia 23 foi a final à qual passaram 13 das equipas que efectuaram jogos dia 21 e 22. A nossa equipa passou em 12º lugar com 64 pontos tendo participado na final. Dia 23 foram disputados três jogos e por fim um jogo com um elemento de cada equipa. Valbom terminou em 8º lugar com 94 pontos. Parabéns a todos os nossos participantes...



segunda-feira, 22 de julho de 2013

Tradições

Pagamento da Busca
Quando os rapazes, aos quinze ou dezasseis anos, começavam a sair à noite, eram obrigados ao “pagamento da busca” pelos rapazes mais velhos. O pagamento consistia em vinho e castanhas, caso não o fizessem, os mais velhos não os deixavam sair de casa. Esta tradição era praticada no mês de Novembro, na altura do São Martinho, actualmente já não existe.


Fogueira de Natal
Todos os anos, na véspera de Natal (dia 24 de Dezembro), os rapazes solteiros organizam-se e transportam grandes troncos de árvores para o largo da Igreja, que colocam a arder na noite de Natal, enquanto vão tocando os sinos da Igreja. Esta tradição ainda está em uso.



Despedida de Solteiro
No Domingo que antecedia o casamento, a noiva deslocava-se a todas as casas onde existia uma rapariga solteira, levando-as consigo. Todas reunidas, iam a casa da noiva comer “tremoços”. Por sua vez, o noivo, tocava o sino da Igreja, para que os homens e rapazes se reunissem no adro da Igreja para dar os “tremoços” e “pagar o vinho”. Depois, todos reunidos, rapazes e raparigas dançavam num baile que era organizado pelas pessoas. Actualmente o noivo costuma dar os tremoços no adro da igreja.


Roubo dos Vasos
Antes do Domingo de Páscoa, os rapazes tinham por tradição retirar os vasos de flores, durante a noite, da casa das pessoas e colocá-los em diversas partes da Igreja, decorando-a assim para o domingo de Pascoa, nos últimos anos esta tradição já não se tem verificado. 


terça-feira, 2 de julho de 2013

VII Inter-Freguesias 2013

       A decorrer durante este e o próximo mês, temos em Pinhel mais uma edição do torneio inter-freguesias. De novo a nossa terra vai estar presente. Os jogos já estão agendados indo a nossa equipa jogar no próximo dia 12 de julho (sexta-feira) pelas 23:30 contra a equipa de Vale Madeira. Segue-se dia 20 de julho (sábado) outro jogo desta vez contra a equipa da Quinta dos Bernardos pelas 21:30. O último jogo da fase de grupos está marcado para o dia 26 de julho (sexta-feira) contra a equipa das Freixedas. Após estes três jogos seguem-se as meias-finais e por fim a final. Com o decorrer do jogo serão adicionadas informações. Os jogos decorrem no Centro de Congressos Desportivos de Pinhel. Venham apoiar a nossa terra…

       Em cima a equipa de Valbom que participou na ultima edição do Inter-Freguesias e da qual saiu Valbom como equipa vencedora. 

sexta-feira, 28 de junho de 2013

Oração da Santa Cruz de Cristo

Deus, todo-poderoso, que sofreste a morte sobre a madeira sagrada,
Por todos os nossos pecados, tende piedade de mim,
Santa Cruz de Jesus Cristo, compadecei-vos de mim,
Santa Cruz de Jesus Cristo, sede a minha esperança,
Santa Cruz de Jesus Cristo, afastai de mim toda arma cortante,
Santa Cruz de Jesus Cristo, derramai em mim todo o bem,
Santa Cruz de Jesus Cristo, desviai de mim todo o mal,
Santa Cruz de Jesus Cristo, fazei com que eu siga o caminho da salvação,
Santa Cruz de Jesus Cristo, livrai-me dos acidentes temporais e corporais,

Santa Cruz de Jesus Cristo, fazei que o espírito maligno e infalível se afaste de mim.
Conduzi-me Jesus Cristo à vida eterna, amém.
Por todos os séculos dos séculos, amém.


Todos os anos no segundo fim de semana de maio realiza-se por cá a festa em honra da Santa Cruz, aqui fica a sua oração... 


sexta-feira, 21 de junho de 2013

Ordenação heráldica do brasão e bandeira

       Brasão  - Escudo de vermelho, flor de linho de prata, botonada de azul, entre duas tesouras de poda de ouro, postas em pala, tudo alinhado em faixa e encimando ponte romana de um arco de prata, lavrada de negro, firmada nos flancos e movente da ponta. Coroa mural de prata de três torres. Listel branco, com a legenda a negro: “ VALBOM – PINHEL”.

        Bandeira - Branca. Cordão e borlas de prata e vermelho. Haste e lança de ouro.

Bandeira para hastear em edifícios (2x3)
Estandarte para cerimónias e cortejos (1x1)

            Selo - nos termos da lei, com a legenda: "Junta de Freguesia de Valbom - Pinhel".


Informação disponível no Diário da República III série de 02-04-2004

terça-feira, 11 de junho de 2013

Locais a visitar

  • Igreja Matriz (Românica) - A sua construção remonta ao inicio da nacionalidade, de realçar para alem da sua beleza exterior, o seu Altar-Mor com uma magnifica talha dourada. 

  • Ponte Românica - É um dos monumentos mais importantes da aldeia e apesar das peripécias por que passou (alargamento e derrubes) ainda se encontra em bom estado de conservação. Localiza-se no centro da aldeia. 



  • Fontanário Publico - Datado do século XIX (1892) foi durante muito tempo a fonte principal de abastecimento de água da população. Situa-se junto ao tanque publico que ainda é usado por algumas pessoas da aldeia para lavar a roupa. 


  • Cruzeiro - Situado à saída da freguesia, representa a Cruz de Cristo. Pensa-se que terá sido construído com fins religiosos. 



  • Capela de Santa Cruz – situada quase à saída em direcção a Pala, é onde se encontra a imagem de Santa Cruz e onde se faz a tradicional missa da festa de Maio em honra da Santa Cruz de Cristo. 





sábado, 8 de junho de 2013

Festa Religiosa

       Conta-se que a Freguesia de Valbom sofreu os efeitos de uma terrível trovoada no ano de 1925. A enchente da ribeira do Porquinho foi de tal modo violenta que as águas invadiram uma casa e na sua fúria destruidora terão levado uma criança. Para evitar que acontecimentos semelhantes se repetissem criou-se uma festa em honra da Santa Cruz de Cristo, que tinha lugar no dia 3 de Maio e que mais tarde passou para o 2º fim-de-semana desse mesmo mês, data em que se faz actualmente. 


História de Valbom

                A freguesia de Valbom situa-se no concelho de Pinhel, fazendo parte da diocese e distrito da Guarda. Dista 6km da sede do concelho, e é atravessada a meio pela ribeira do Porquinho. Esta freguesia deve o seu nome ao facto de as primeiras habitações terem sido construídas num vale bom e fértil. A primitiva povoação estende-se pela encosta de um monte até à ribeira, estando a parte mais recente na margem oposta. As duas margens estão unidas por uma elegante ponte de um só vão, em ambiente agradável e harmonioso. Crê-se que, outrora, terá Valbom conhecido uma considerável importância. No arrolamento paroquial de 1320 foi a sua igreja taxada em 110 libras e em meados do seculo XVIII os rendimentos da paróquia igualavam os da paróquia de Santa Maria do Castelo de Pinhel. 300 mil reis anuais. De cariz rural esta terra destaca-se pelo vasto património: Igreja Matriz, Ponte Românica, Sepulturas Rupestres, Fontanário Publico, Fonte de Mergulho, Cruzeiro. Numa casa da margem esquerda da ribeira, encontra-se um curioso lintel de uma antiga capela da freguesia, hoje desaparecida. É uma das freguesias mais antigas do termo de Pinhel e a sua igreja de traça românica parece remontar ao início da nacionalidade. A sua instituição paroquial data dos seculos XIII / XIV.

                Valbom foi o local escolhido por Massena para estabelecer o corpo principal das suas tropas aquando da sua chegada a Pinhel. Uma grande parte dos 1476 hectares da freguesia foi transformada num parque de artilharia, o qual, em movimento, formava um extenso comboio levando a cavalaria de reserva na retaguarda, sob o comando de Montabrum.