Não há perfume enclausurado em frasco enfeitado,
que ultrapasse o cheiro acolhedor e quente que vem das lareiras.
Inspiro o calor da tertúlia incessante das famílias reunidas,
A azáfama ansiosa da chegada e estadia, há muito queridas.
Entre fritos e fritas, filhoses, sonhos, bacalhau e perus,
Apressa-se a ceia de Natal e colocam-se os sapatinhos na chaminé.
A meia noite esta a chegar, e traz com ela o menino jesus,
Figura primordial do Natal, filho de Maria e José.
E com tanto gelo la fora, quem aquece o recém-nascido?
As gentes solidarias das aldeias logo resolvem este problema.
Do frio não se queixará, pois um madeiro se arranjará.
Com o toque a rebate, os homens reúnem-se no largo da igreja.
Lenha não faltará, nem que cada um dê só um toro!
E com boa vontade de todos, há tanto cepo, que ate sobeja.
Após o galo anunciar na missa a chegada do bendito fruto do ventre,
No largo da igreja lançam-se as primeiras achas para a fogueira.
O grande Madeiro manterá o menino quente,
Para a boa nova chegar à terra inteira.
Catarina Castro Oliveira
Sem comentários:
Enviar um comentário