Estou longe da minha aldeia
Mas sinto-lhe o seu pulsar
Aí quem me dera estar à lareira
Das casas que estão a fumegar
Os sinos já estão tocando
Está na hora de regressar
E este caminho ir palmilhando
Para ir para casa jantar
São lembranças do passado
Que gosto de recordar
Ao vê-las fico num estado
Que só me apetece chorar
Manuel Pires
sexta-feira, 30 de outubro de 2015
quinta-feira, 1 de outubro de 2015
Velhice
Perde-se a beleza e a linha
E o nosso espírito padece
Com o peso que não tinha
Quando a gente envelhece
De nós se apodera a solidão
O nosso espírito entristece
E quem sofre é nosso coração
Quando a gente envelhece
Muitos ficam ao abandono
E tudo o mal nos acontece
Como a um cão sem dono
Quando a gente envelhece
Somos logo postos de lado
De nós a sociedade não carece
Para ela somos mais um fardo
Manuel Pires
quarta-feira, 30 de setembro de 2015
Da minha aldeia vê-se o mundo inteiro
Passam as horas sobre mim como a chuva grossa sobre a calçada
Os dias fecham-se em mim como o nevoeiro cerrado sobre a minha aldeia
É o outono que chama
São as folhas que se soltam dos ramos mais altos e se deixam cair no chão húmido
São os rios que ganham vida e nascem de novo
É o sol que se esconde por detrás da lua e sorri para outra gente
A vida dá e volta a dar
É o outono que chama
É a música do tempo que se acerca de mim
São as palavras verdes sobre um manto castanho
Deito-me sobre a janela da minha aldeia e vejo a lua
Vejo a lua e sei que estás do outro lado
Da minha aldeia vê-se o mundo inteiro.
Texto retirado do Blog "Viajante Intemporal"
Os dias fecham-se em mim como o nevoeiro cerrado sobre a minha aldeia
É o outono que chama
São as folhas que se soltam dos ramos mais altos e se deixam cair no chão húmido
São os rios que ganham vida e nascem de novo
É o sol que se esconde por detrás da lua e sorri para outra gente
A vida dá e volta a dar
É o outono que chama
É a música do tempo que se acerca de mim
São as palavras verdes sobre um manto castanho
Deito-me sobre a janela da minha aldeia e vejo a lua
Vejo a lua e sei que estás do outro lado
Da minha aldeia vê-se o mundo inteiro.
Texto retirado do Blog "Viajante Intemporal"
quinta-feira, 3 de setembro de 2015
O Cântico da Terra
Eu sou a terra, eu sou a vida.
Do meu barro primeiro veio o homem.
De mim veio a mulher e veio o amor.
Veio a árvore, veio a fonte.
Vem o fruto e vem a flor.
Eu sou a fonte original de toda vida.
Sou o chão que se prende à tua casa.
Sou a telha da coberta de teu lar.
A mina constante de teu poço.
Sou a espiga generosa de teu gado
e certeza tranquila ao teu esforço.
Sou a razão de tua vida.
De mim vieste pela mão do Criador,
e a mim tu voltarás no fim da lida.
Só em mim acharás descanso e Paz.
Eu sou a grande Mãe Universal.
Tua filha, tua noiva e desposada.
A mulher e o ventre que fecundas.
Sou a gleba, a gestação, eu sou o amor.
A ti, ó lavrador, tudo quanto é meu.
Teu arado, tua foice, teu machado.
O berço pequenino de teu filho.
O algodão de tua veste
e o pão de tua casa.
E um dia bem distante
a mim tu voltarás.
E no canteiro materno de meu seio
tranquilo dormirás.
Plantemos a roça.
Lavremos a gleba.
Cuidemos do ninho,
do gado e da tulha.
Fartura teremos
e donos de sítio
felizes seremos.
Do meu barro primeiro veio o homem.
De mim veio a mulher e veio o amor.
Veio a árvore, veio a fonte.
Vem o fruto e vem a flor.
Eu sou a fonte original de toda vida.
Sou o chão que se prende à tua casa.
Sou a telha da coberta de teu lar.
A mina constante de teu poço.
Sou a espiga generosa de teu gado
e certeza tranquila ao teu esforço.
Sou a razão de tua vida.
De mim vieste pela mão do Criador,
e a mim tu voltarás no fim da lida.
Só em mim acharás descanso e Paz.
Eu sou a grande Mãe Universal.
Tua filha, tua noiva e desposada.
A mulher e o ventre que fecundas.
Sou a gleba, a gestação, eu sou o amor.
A ti, ó lavrador, tudo quanto é meu.
Teu arado, tua foice, teu machado.
O berço pequenino de teu filho.
O algodão de tua veste
e o pão de tua casa.
E um dia bem distante
a mim tu voltarás.
E no canteiro materno de meu seio
tranquilo dormirás.
Plantemos a roça.
Lavremos a gleba.
Cuidemos do ninho,
do gado e da tulha.
Fartura teremos
e donos de sítio
felizes seremos.
domingo, 21 de junho de 2015
Jogos Populares
Jogo do Pião
Num espaço amplo, de preferência de terra batida,
fazia-se uma roda no chão e cada jogador atirava o pião para dentro dela.
Enquanto o pião girava, era atingido com “sêcas” até sair da roda. O jogador só
podia voltar a lançar o pião quando isto acontecia.
Existia ainda outra forma de jogar, no terreno era feito um ponto de partida do
jogo e noutro ponto era feita uma cova, denominada “nicha”. Os jogadores
dividiam-se por duas equipas: uma empurrava o pião para a “nicha“ e a outra
tentava evitá-lo. Se o pião entrasse na “nicha”, cada jogador da equipa
perdedora teria de disponibilizar um pião para levar com as “sêcas”.
Jogo da Malha
A malha deve jogar-se à distância oficial de vinte e
cinco metros, as equipas são sorteadas quinze minutos antes do início do jogo e
começa o jogo a equipa que tiver sido seleccionada em primeiro lugar. As
equipas mudam de campo sempre que se iniciar uma nova partida. A segunda e
terceira partidas são começadas pela equipa que perdeu a anterior. Cada jogo
termina quando são completadas três partidas.
A pontuação distribui-se da seguinte forma: são contados seis pontos para cada derrube de pinoco; após os quatro lançamentos, contam-se três pontos para a equipa que tiver a malha mais próxima do pinoco; de cada vez que se vencer uma partida contam-se três pontos.
A pontuação distribui-se da seguinte forma: são contados seis pontos para cada derrube de pinoco; após os quatro lançamentos, contam-se três pontos para a equipa que tiver a malha mais próxima do pinoco; de cada vez que se vencer uma partida contam-se três pontos.
Jogo dos Cântaros
Consiste numa corrida de burros, onde os participantes
com uma vara tentam partir os cântaros que se encontram suspensos. Geralmente estes
cântaros encontram-se recheados de algumas surpresas: água, farinha ou farelo
são alguns exemplos.
Sueca
A sueca é um jogo de cartas em que participam quatro
jogadores, dois contra dois, com os parceiros sentados frente a frente. O
baralho tem somente quarenta cartas, sendo removidos os oitos, os noves e os
dez. O objectivo é ganhar cartas que valem pontos. Assim, as cartas valem: Ás –
11 pontos; Sete – 10 pontos; Rei – 4 pontos; Valete – 3 pontos; Dama – 2
pontos; os 6, 5, 4, 3 e 2 valem zero pontos. No total há cento e vinte pontos
em jogo no baralho.
O jogador que começa foi aquele que cortou o baralho.
Os outros jogadores devem seguir o naipe escolhido pelo primeiro jogador.
Aquele que não tiver cartas do naipe puxado pode jogar cartas de qualquer outro
naipe, incluindo o trunfo. A carta mais alta do naipe, ou o trunfo mais alto,
ganha a jogada. O participante que ganhou puxa o próximo naipe.
Jogo das Pedrinhas
Para praticar este jogo são necessárias cinco pedrinhas e dois ou mais jogadores. À medida que o jogo se desenvolve, aumenta o grau de dificuldade.
Um jogador lança para uma superfície lisa, por exemplo uma mesa, as cinco pedrinhas, tentando que elas fiquem o mais próximas possível, mas sem tocar umas nas outras. Então, esse mesmo jogador pega numa das pedrinhas, preferencialmente a que estiver mais afastada das restantes e lança-a ao ar com a mão direita. Enquanto essa pedrinha está no ar, o jogador deve apanhar com a mão direita uma das restantes pedrinhas e passá-la para a mão esquerda, sem mexer nas restantes, dizendo:
- Uma.
Em seguida lança ao ar a segunda, tentando recuperar uma terceira, dizendo:
- Duas.
Finalmente, lança ao ar a terceira e apanha a quarta, dizendo:
- Arrebanha tudo.
De seguida, o participante repete os movimentos anteriores, mas agora apanhado a pedrinhas duas a duas, proferindo:
- Duas.
E, depois:
- Arrebanha tudo.
Novamente, apanha as pedrinhas três a três, repetindo os mesmos movimentos e diz:
-Três.
Recolhe a pedrinha restante e diz:
Arrebanha tudo.
Finalmente, as quatro pedrinhas de uma só vez, dizendo:
- Arrebanha tudo.
Para praticar este jogo são necessárias cinco pedrinhas e dois ou mais jogadores. À medida que o jogo se desenvolve, aumenta o grau de dificuldade.
Um jogador lança para uma superfície lisa, por exemplo uma mesa, as cinco pedrinhas, tentando que elas fiquem o mais próximas possível, mas sem tocar umas nas outras. Então, esse mesmo jogador pega numa das pedrinhas, preferencialmente a que estiver mais afastada das restantes e lança-a ao ar com a mão direita. Enquanto essa pedrinha está no ar, o jogador deve apanhar com a mão direita uma das restantes pedrinhas e passá-la para a mão esquerda, sem mexer nas restantes, dizendo:
- Uma.
Em seguida lança ao ar a segunda, tentando recuperar uma terceira, dizendo:
- Duas.
Finalmente, lança ao ar a terceira e apanha a quarta, dizendo:
- Arrebanha tudo.
De seguida, o participante repete os movimentos anteriores, mas agora apanhado a pedrinhas duas a duas, proferindo:
- Duas.
E, depois:
- Arrebanha tudo.
Novamente, apanha as pedrinhas três a três, repetindo os mesmos movimentos e diz:
-Três.
Recolhe a pedrinha restante e diz:
Arrebanha tudo.
Finalmente, as quatro pedrinhas de uma só vez, dizendo:
- Arrebanha tudo.
segunda-feira, 1 de junho de 2015
Eternamente criança
Serei sempre
criança
Mesmo sendo
já mulher
Cada um é
livre de viver a vida
Da forma que
bem entender!
E em meu
corpo já adulto
Vive
eternamente uma criança
Que ama e
vive a vida com afoito
E sorri pra
vida com esperança!
E quem não
gostar assim
Paciência,
temos pena
Viver a vida
com fé e alegria
Esse será
sempre o meu lema!
De :
Ventania Poética Beirã
domingo, 24 de maio de 2015
Na Ponte
Por baixo da ponte eu passo,
É assim o meu viver,
Com os peixinhos eu faço,
Brincando sempre a valer.
Correr, saltar e contar,
Da mágoa me libertando,
Assim aprendo a amar,
Peixinhos que vão nadando.
Trocar, não troco contigo,
Vem viver junto a mim,
De ti farei um amigo,
Gostarás de viver assim.
Brincando estou aprender,
Com os peixitos que adoro,
E assim aprendo a ler,
Por baixo da ponte eu moro.
Carlos Pereira
É assim o meu viver,
Com os peixinhos eu faço,
Brincando sempre a valer.
Correr, saltar e contar,
Da mágoa me libertando,
Assim aprendo a amar,
Peixinhos que vão nadando.
Trocar, não troco contigo,
Vem viver junto a mim,
De ti farei um amigo,
Gostarás de viver assim.
Brincando estou aprender,
Com os peixitos que adoro,
E assim aprendo a ler,
Por baixo da ponte eu moro.
Carlos Pereira
domingo, 3 de maio de 2015
Dia da Mãe
A
minha mãe é tão querida
E
gosta tanto de mim
Neste
dia que é seu
Dou-lhe
beijinhos sem fim
Recebeste-me
em teus braços
No
dia em que cheguei
E
hoje vou-te dizer
Que
de ti logo gostei
Gosto
das tuas festinhas
Dos
teus mimos e beijinhos
Não
há ninguém que nos faça
Como
a mãe estes carinhos
A
minha mãe é tão linda
Tão
linda com uma flor
Pra
ela muitos beijinhos
Com
carinho e amor
quinta-feira, 30 de abril de 2015
Festa na Aldeia
Voltei ao ponto de partida
Solto a palavra precipitada
E é mais um dia de Vida
De alegrias salpicada.
Há fogo de artifício no ar
A jorrar!
Que ninguém pode calar.
Há festa na aldeia
E uma embriaguez que me faz girar
Está de alegria tão cheia
A aldeia...
Que ri o luar!
O luar de Agosto que tudo alumia
Fazendo pirraça!
Ao sol que alumia o dia.
Já no horizonte sem graça.
Solto palavras de ousadia
Porque hoje é dia de festa
E é tão grande a alegria
que até o sino a voz empresta.
E como tal, começa a festa
Com foguetes e cantares
Passam rapazes e raparigas aos pares
E a minha saudade se manifesta.
E me atormenta
Apesar dos meus protestos inventa
Que há-de ir à festa e voltar
E eu tento sorrir
Mas tenho vontade de chorar.
Lembro as festas de outrora,
A rainha da festa, a quermesse
E me dá saudade na hora.
A juventude não se esquece.
Rosa Fogo
Solto a palavra precipitada
E é mais um dia de Vida
De alegrias salpicada.
Há fogo de artifício no ar
A jorrar!
Que ninguém pode calar.
Há festa na aldeia
E uma embriaguez que me faz girar
Está de alegria tão cheia
A aldeia...
Que ri o luar!
O luar de Agosto que tudo alumia
Fazendo pirraça!
Ao sol que alumia o dia.
Já no horizonte sem graça.
Solto palavras de ousadia
Porque hoje é dia de festa
E é tão grande a alegria
que até o sino a voz empresta.
E como tal, começa a festa
Com foguetes e cantares
Passam rapazes e raparigas aos pares
E a minha saudade se manifesta.
E me atormenta
Apesar dos meus protestos inventa
Que há-de ir à festa e voltar
E eu tento sorrir
Mas tenho vontade de chorar.
Lembro as festas de outrora,
A rainha da festa, a quermesse
E me dá saudade na hora.
A juventude não se esquece.
Rosa Fogo
sábado, 28 de março de 2015
Sonhos Rurais e Reais
Sonhava contigo cada vez que saía
à rua. O transito da cidade parecia esmagar-me a alma, as pessoas, sisudas,
passavam por mim como quem passa por ninguém. Lembro-me de no início me sentir
bem no meio desta multidão, ter a minha tao desejada privacidade, ser dona da
minha vida sem que ninguém me apontasse o dedo. Vivia assim, nesta grade
cidade. Ate que um dia percebi que o que esta cidade me oferece não é
privacidade, mas sim desprezo, o mesmo desfavor que oferece a outros milhares
de pessoas, muitas acabam por morrer esquecidas nos seus apartamentos, outras
tantas passam a vida sem perceber o valor da solidariedade, a alegria de um bom
dia, o amor da fraternidade. Sonhava contigo sempre que saia à rua, até que
acordei. Agora decidi regressar a ti, minha querida aldeia, e esta ansiedade de
te abraçar e sentir quase dá cabo de mim. O meu amor aceitou a proposta, os
filhos apoiaram e nós decidimos regressar. Imaginamos agora a paz de acordar no
silêncio de um lar aldeão, o sabor daquele maravilhoso pão, os bons dias e as
boas tardes, as festas e os convívios, as caminhadas ate à igreja e as idas ao
café... a pé. Coisas simples mas que nos irão fazer felizes. Vamos trocar as
compras nos shoppings por coisas tao simples como semear umas sementes, vamos
trocar cinemas por bons livros, vamos trocar a privacidade por solidariedade,
vamos sentir Portugal. Ai... é tao bom sonhar e sentir o que é real.
Paulo Costa
sexta-feira, 20 de março de 2015
Quando vier a Primavera
Quando vier a Primavera,
Se eu já estiver morto,
As flores florirão da mesma maneira
E as árvores não serão menos verdes que na Primavera passada.
A realidade não precisa de mim.
Sinto uma alegria enorme
Ao pensar que a minha morte não tem importância nenhuma
Se soubesse que amanhã morria
E a Primavera era depois de amanhã,
Morreria contente, porque ela era depois de amanhã.
Se esse é o seu tempo, quando havia ela de vir senão no seu tempo?
Gosto que tudo seja real e que tudo esteja certo;
E gosto porque assim seria, mesmo que eu não gostasse.
Por isso, se morrer agora, morro contente,
Porque tudo é real e tudo está certo.
Podem rezar latim sobre o meu caixão, se quiserem.
Se quiserem, podem dançar e cantar à roda dele.
Não tenho preferências para quando já não puder ter preferências.
O que for, quando for, é que será o que é.
Alberto Caeiro, in "Poemas Inconjuntos"
Se eu já estiver morto,
As flores florirão da mesma maneira
E as árvores não serão menos verdes que na Primavera passada.
A realidade não precisa de mim.
Sinto uma alegria enorme
Ao pensar que a minha morte não tem importância nenhuma
Se soubesse que amanhã morria
E a Primavera era depois de amanhã,
Morreria contente, porque ela era depois de amanhã.
Se esse é o seu tempo, quando havia ela de vir senão no seu tempo?
Gosto que tudo seja real e que tudo esteja certo;
E gosto porque assim seria, mesmo que eu não gostasse.
Por isso, se morrer agora, morro contente,
Porque tudo é real e tudo está certo.
Podem rezar latim sobre o meu caixão, se quiserem.
Se quiserem, podem dançar e cantar à roda dele.
Não tenho preferências para quando já não puder ter preferências.
O que for, quando for, é que será o que é.
Alberto Caeiro, in "Poemas Inconjuntos"
quinta-feira, 19 de março de 2015
Dia do Pai
Ter um Pai! É ter na vida
Uma luz por entre escolhos;
É ter dois olhos no mundo
Que vêem pelos nossos olhos!
Ter um Pai! Um coração
Que apenas amor encerra,
É ver Deus, no mundo vil,
É ter os céus cá na terra!
Ter um Pai! Nunca se perde
Aquela santa afeição,
Sempre a mesma, quer o filho
Seja um santo ou um ladrão ;
Talvez maior, sendo infame
O filho que é desprezado
Pelo mundo ; pois um Pai
Perdoa ao mais desgraçado!
Ter um Pai! Um santo orgulho
Pró coração que lhe quer
Um orgulho que não cabe
Num coração de mulher!
Embora ele seja imenso
Vogando pelo ideal,
O coração que me deste
Ó Pai bondoso é leal!
Ter um Pai ! Doce poema
Dum sonho bendito e santo
Nestas letras pequeninas,
Astros dum céu todo encanto!
Ter um Pai! Os órfãozinhos
Não conhecem este amor!
Por mo fazer conhecer,
Bendito seja o Senhor!
Uma luz por entre escolhos;
É ter dois olhos no mundo
Que vêem pelos nossos olhos!
Ter um Pai! Um coração
Que apenas amor encerra,
É ver Deus, no mundo vil,
É ter os céus cá na terra!
Ter um Pai! Nunca se perde
Aquela santa afeição,
Sempre a mesma, quer o filho
Seja um santo ou um ladrão ;
Talvez maior, sendo infame
O filho que é desprezado
Pelo mundo ; pois um Pai
Perdoa ao mais desgraçado!
Ter um Pai! Um santo orgulho
Pró coração que lhe quer
Um orgulho que não cabe
Num coração de mulher!
Embora ele seja imenso
Vogando pelo ideal,
O coração que me deste
Ó Pai bondoso é leal!
Ter um Pai ! Doce poema
Dum sonho bendito e santo
Nestas letras pequeninas,
Astros dum céu todo encanto!
Ter um Pai! Os órfãozinhos
Não conhecem este amor!
Por mo fazer conhecer,
Bendito seja o Senhor!
sábado, 14 de março de 2015
Amendoeiras em flor
A Primavera acordou
porque o sol bateu-lhe á porta
ela ainda bocejou,
mas um pouco estremunhada,
á janela se chegou.
Com tristeza exclamou
e também muito admirada,
com o sol barafustou,
com ele estava zangada.
Abriu os olhos de espanto
não queria acreditar
estava o monte todo branco,
que beleza de pasmar.
Parecia um manto de noiva
no dia do seu noivar.
Sem saber o que dizer,
ali ficou a pensar,
teria ido ao monte,
o seu noivo desposar?
Mas o sol que sempre foi
apaixonado por ela
pra lhe mostrar seu amor,
e rindo da cara dela
disse que não era neve,
são amendoeiras em flor.
Natalia Marques
porque o sol bateu-lhe á porta
ela ainda bocejou,
mas um pouco estremunhada,
á janela se chegou.
Com tristeza exclamou
e também muito admirada,
com o sol barafustou,
com ele estava zangada.
Abriu os olhos de espanto
não queria acreditar
estava o monte todo branco,
que beleza de pasmar.
Parecia um manto de noiva
no dia do seu noivar.
Sem saber o que dizer,
ali ficou a pensar,
teria ido ao monte,
o seu noivo desposar?
Mas o sol que sempre foi
apaixonado por ela
pra lhe mostrar seu amor,
e rindo da cara dela
disse que não era neve,
são amendoeiras em flor.
Natalia Marques
domingo, 8 de março de 2015
Simplesmente mulher
Teus braços
Fortes braços
Num longo abraço
A me envolver
Teus lábios
Doces lábios
Fonte de beijos
Muitos beijos, pra me aquecer
Quanta coisa emana de ti, doce criatura
Amor… Carinho… Ternura
Tudo que me liga a teu ser, mulher
Tia… Mãe… Avó…
Irmã… Neta… Filha…
Guerreira… Companheira…
Tu que me namoras, me compreendes
Que me incentivas, me repreendes
E jamais me deixas só.
Tu que és dar e receber,
Que com a mesma humildade
Sabes perdoar e esquecer.
Santa ou pecadora
Ingênua ou sedutora
Não importa! Serás sempre uma rainha
Uma intercessora… Uma fada madrinha…
Aquela que na minha aflição, chamo
Laura… Priscila… Mary… Maria José…
A todas, admiro e amo
Santas criaturas
Anjos de candura
Simplesmente mulher!
Fortes braços
Num longo abraço
A me envolver
Teus lábios
Doces lábios
Fonte de beijos
Muitos beijos, pra me aquecer
Quanta coisa emana de ti, doce criatura
Amor… Carinho… Ternura
Tudo que me liga a teu ser, mulher
Tia… Mãe… Avó…
Irmã… Neta… Filha…
Guerreira… Companheira…
Tu que me namoras, me compreendes
Que me incentivas, me repreendes
E jamais me deixas só.
Tu que és dar e receber,
Que com a mesma humildade
Sabes perdoar e esquecer.
Santa ou pecadora
Ingênua ou sedutora
Não importa! Serás sempre uma rainha
Uma intercessora… Uma fada madrinha…
Aquela que na minha aflição, chamo
Laura… Priscila… Mary… Maria José…
A todas, admiro e amo
Santas criaturas
Anjos de candura
Simplesmente mulher!
quarta-feira, 4 de fevereiro de 2015
Parte Antiga da Aldeia
Conhecida por todos os habitantes como a rua dos Barrocos, é nela que se
situa, segundo a crença popular a lenda da Cova da Moira encantada. Segundo a
lenda, encontra-se numa gruta a moira encantada e quem lá entrar libertará a
moira encantada porém ficará lá aprisionado para sempre.
Antigamente:
Atualmente com o seguinte aspeto
Atualmente com o seguinte aspeto
sábado, 31 de janeiro de 2015
Homens Grandes
Os Homens Grandes não precisam de ser altos, nem nascem sem limite de crescimento... e são eternos.
Oh aldeia minha que és tão linda! O meu mundo és tu, tu és o meu mundo. Cresci aqui, abraçado por ti, abraçado a ti. Quantas histórias dos meus dias contarão as pedras das tuas ruas, aldeia minha! Uns dizem que são historias, outros afirmam as nossas tradições... Mas para mim, na verdade, és tudo o que tenho, és a minha cama e os meus lençóis. Como te amo aldeia minha, como gosto das tuas curvas. Inscrevi no teu coração toda a razão da minha vida, pintei no teu tronco os mais belos quadros do meu ser, cozinhei em ti o que existe em mim. Oh aldeia minha que és tão linda! Amo as tuas tradições e delicio-me com as tuas histórias. A festa é algo que dizem secular, mas para mim, cada novo ano, é um regresso há minha infância. A camisa nova, os sapatos engraxados, a barba sempre feita e os sorrisos perdidos por entre ruas e ruelas... A banda de música que passa manhã cedo, o grupo musical que toca até tarde, os amigos que se abraçam e se confessam... Oh aldeia minha que és tão linda! Sou criança em ti, és amor em mim! Perco-me na tua eternidade, resguardo-me na tua juventude e protejo-me na tua forma de ser, sempre correta e fraterna, sempre justa e verdadeira. Oh aldeia minha que és tão linda!
Paulo Costa
quinta-feira, 8 de janeiro de 2015
Vamos Cantar As Janeiras
Aos primeiros dias do ano, e durante todo o mês de Janeiro, era usual grupos de homens e mulheres se reunirem e irem pelas ruas Cantar As Janeiras, uma tradição, que servia para comemorar a entrada do novo ano, cumprimentar conhecidos e desconhecidos que abriam as portas de suas casas aos grupos de cantores, e uma forma de dar graças pelas bênçãos do ano anterior, nomeadamente a nível agrícola. Cá, as Janeiras cantavam-se assim:
Apenas aqui cheguei
Logo pus o pé na escada,
Logo meu coração disse:
Aqui mora gente honrada;
Pela noite de Natal,
Noite de tanta alegria,
Caminhando vai José,
Caminhando vai Maria,
Ambos os dois p´ra Belém,
Mais de noite que de dia.
E chegaram a Belém,
Já toda a gente dormia..
Porteiro, abri a porta,
Porteiro da portaria.
A porta não quiz abrir,
A gente que não conhecia..
Dilatem-se aí senhores,
Até que rompa o dia.
Não encontrando pousada,
Foram p´ra uma estrebaria.
S.José foi buscar lume,
Porque a noite estava fria,
E do céu veio uma estrela
Que todo o mundo alumia.
Quando S.José voltou,
Já viu a Virgem Maria,
Com o Deus Menino nos braços,
Que no seu véu envolvia.
E veio um Anjo do céu,
Cantando Avé Maria;
E Deus Pai perguntou:
Como ficára Maria.
Maria ficou boa,
Lá em uma estrebaria,
Entre um boi e uma mula,
E S.José por companhia
Vamos todos pastorinhos,
Vamos todos a Belém,
Adorar o Deus Menino,
Mais a sua Virgem Mãe.
Estas casas não são casas,
Não são casas, são casinhas
Tantos anos viva o dono
Como ela tem de pedrinhas..
Senhora dona de casa
Raminho de salsa crua
Na janela de seu quarto
Nasce sol e põe-se lua..
Senhora dona de casa
Raminho de amendoeira
Ainda anda neste mundo
Já no céu tem a cadeira..
Levante-se daí senhora
De cima dessa cortiça;
Ponha a mão no fumeiro,
E dê-nos uma chouriça..
Boas festas, boas festas
Alegria e prazer,
Se p´ró ano cá voltarmos,
Gostaremos de os cá ver..
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