Mosto, descantes e um rumor de passos
Na terra recalcada dos vinhedos.
Um fermentar de forças e cansaços
Em altas confidências e segredos.
Laivos de sangue nos poentes baços.
Doçura quente em corações azedos.
E, sobretudo, pés, olhos e braços
Alegres como peças de brinquedos.
Fim de parto ou de vida, ninguém sabe
A medida precisa que lhe cabe
No tempo, na alegria e na tristeza.
Rasgam-se os véus do sonho e da desgraça.
Ergue-se em cheio a taça
À própria confusão da natureza.
Miguel Torga
sábado, 27 de setembro de 2014
terça-feira, 23 de setembro de 2014
Chora ó videira
Antoninho, cacho d´uva,
Oh quem te depenicara:
De baguinho, em baguinho,
Que nem um só te deixara.
Ó meu amor, vinho, vinho
Que eu água não sei beber;
A água tem sanguessugas,
Tenho medo de morrer.
Vinho feito a martelo,
bebe-se de qualquer maneira;
Mas para animar a malta,
Não há como o da videira.
A videira muito alta
Faz sombra, não dá mais nada;
Mas para dar belas uvas
Precisa de ser podada.
Menina que anda na vinha,
Dê-me um cachinho alvar;
Que eu lhe darei um arinto,
Quando o meu pai vindimar.
Não quero ricos cavalos,
Nem os palácios reais;
Queria ter uma adega
Com trinta pipas ou mais.
Chora a videira,
Chora a videirinha;
Chora a videira
Olha a rosa minha.
Chora a videira,
Chora, chora, chora
Pelo vinho mosto,
Que se vai embora.
ALEGRIAS POPULARES, Cancioneiro Folclórico do Concelho de Seia, BA, Jaime Pinto Correia, vol. I, 1952, vol. II, 1967
Oh quem te depenicara:
De baguinho, em baguinho,
Que nem um só te deixara.
Ó meu amor, vinho, vinho
Que eu água não sei beber;
A água tem sanguessugas,
Tenho medo de morrer.
Vinho feito a martelo,
bebe-se de qualquer maneira;
Mas para animar a malta,
Não há como o da videira.
A videira muito alta
Faz sombra, não dá mais nada;
Mas para dar belas uvas
Precisa de ser podada.
Menina que anda na vinha,
Dê-me um cachinho alvar;
Que eu lhe darei um arinto,
Quando o meu pai vindimar.
Não quero ricos cavalos,
Nem os palácios reais;
Queria ter uma adega
Com trinta pipas ou mais.
Chora a videira,
Chora a videirinha;
Chora a videira
Olha a rosa minha.
Chora a videira,
Chora, chora, chora
Pelo vinho mosto,
Que se vai embora.
ALEGRIAS POPULARES, Cancioneiro Folclórico do Concelho de Seia, BA, Jaime Pinto Correia, vol. I, 1952, vol. II, 1967
quarta-feira, 10 de setembro de 2014
Mapa da nossa aldeia
Temos hoje uma publicação um pouco diferente das que têm sido apresentadas neste blog. Hoje temos um mapa da nossa aldeia. A visualização direta da imagem não permite a observação de todos os pormenores inseridos no mapa, deixo assim o convite para todos os que pretendam obter o mapa original para me contatarem através do e-mail aldeia.valbom@gmail.com ou pelo facebook Aldeia Valbom para que eu possa enviar o mapa com a devida qualidade. Espero que se divirtam nesta viagem virtual pela nossa aldeia! Gostaria de deixar um agradecimento especial ao autor do mapa pela elaboração e partilha connosco.
Algumas partes do mapa que apenas são visíveis com recurso à ferramenta zoom no mapa original
sábado, 6 de setembro de 2014
O vinho
O vinho vem
da videira
A videira da
cepa torta
No pipo
corre pela torneira
E dele muita
gente gosta
O vinho
alegra a vida
Bebido com
moderação
Mas há muita
alma perdida
Por o beber
sem restrição
Seja ele
branco ou tinto
Verde,
maduro ou alvarinho
Como néctar
distinto
Deve-se
tratar com carinho
O homem
gosta do vinho
Porque lhe
dá alegria e vigor
Eu também
gosto de um copinho
Pois faz-me
sentir melhor
Manuel Pires
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