terça-feira, 24 de setembro de 2013

A vindima

           Com a chegada do outono tem inicio mais uma fase de trabalho agrícola. Desta vez será a tarefa final relacionada com as vinhas, após um ano de diversos trabalhos e ofícios sobre a videira eis que surge o momento da colheita das uvas, a vindima.
           A agitação em torno da vindima começou já no mês de agosto com a chegada das cartas da adega cooperativa para que cada pessoa marque quais os dias em que pretende fazer a sua vindima. As pessoas começaram a difícil tarefa de procurar pessoal para auxiliar no dia em que decidiram fazer a vindima. É difícil encontrar pessoas para a vindima pois a aldeia não tem grande quantidade de habitantes e a maioria dos que ainda resistem à desertificação são pessoas já com alguma idade a quem já faltam as forças para trabalhos mais pesados. Algumas pessoas vão vindimar para outras para assim depois irem para elas também, havendo troca de pessoal e entre ajuda o que facilita a tarefa, porém, nem sempre é possível efectuar todo o trabalho assim sendo necessário chamar algumas pessoas a ganhar o dia. Com as trocas e as pessoas chamadas a ganhar o dia assim se cria o “rancho” necessário para a colheita das uvas.
           Chegado o dia da vindima, o pessoal junta-se e vão ate à vinha. Dependendo da quantidade de gente que há, assim se opta por levar mais ou menos arretos de cada vez. As pessoas organizam-se e vão colhendo as uvas, separando a uva branca da uva tinta, enquanto um tractor vai andando por perto para fazer a recolha dos caldeiros individuais para a caixa. Quando a caixa do tractor enche este sai da zona em que as pessoas andam a colher e vai despejar a um outro tractor com um reboque que contem os latões, de grandes dimensões que vão fazer o transporte das uvas da vinha para a adega cooperativa. É comum andar mais que um tractor ao longo dos arretos para a recolha e se a pessoas tiver bastantes uvas também será mais que um tractor a caminho da adega, assim, enquanto um vai despejar está outro disponível para se poder ir colhendo. Também é importante a existência de mais do que um tractor a caminho da adega, quando necessário, uma vez que uma ida à adega é sempre uma incógnita, nunca se sabe se vai demorar ou não, pode haver muita gente a tentar depositar uvas e é necessário aguardar a vez. A manhã passa e as videiras vão ficando vazias com o passar das pessoas pelos arretos, chegada a hora de almoço, é momento de pausa para um pouco de descanso e alimentação e algum convívio também. Após a paragem para almoço segue-se mais uma tarde em tudo parecida com a manhã com mais uvas à espera de uma tesoura que as separe da videira que as susteve até ao seu amadurecimento.  Dependendo da quantidade de uvas do dono das videiras assim o dia de trabalho pode ser mais curto ou mais longo, há ocasiões em que as vindimas ao meio dia estão terminadas outras em que só um dia não é o suficiente para se colherem todas as uvas.
           A vindima é geralmente o trabalho relacionado com a videira que envolve mais gente, porem não é o único trabalho necessário ao longo do ano. Para que anualmente se faça a vindima há um conjunto de tarefas que necessitam de ser feitas ao longo do ano para tratar das vinhas. Assim, na fase mais fria do ano, ao longo dos meses de inverno faz-se a poda da videira que consiste na “limpeza” da planta para que a mesma possa rebentar de novo na primavera seguinte, na poda geralmente deixa-se apenas uma vara e um polegar à planta. Já no decorrer da primavera, ata-se a vara que foi deixada na poda a um arame existente ao longo do arreto das videiras para que a videira em torno daquela vara que se prende. Geralmente recorre-se a junco para atar as videiras. Com o tempo de primavera (por vezes) mais quente faz-se a descava na qual se faz uma pequena cova em torno da videira para possibilitar a eliminação dos bravos. Após serem retirados os bravos procede-se à lavragem dos terrenos para voltar a tapar a planta e assim as proteger dos raios solares. Dependendo das condições meteorológicas e do estado fenológico da videira, assim se fazem diversos tratamentos na planta. Há quem retire algumas folhas às videiras para que os raios solares cheguem mais facilmente às uvas, quem corte as varas antes de lavrar para não se partirem com a passagem do tractor pelos arretos, e também quem deite fertilizantes junto das plantas para as fortalecer… Todos estes trabalhos devem ser repetidos anualmente e são importantes para a manutenção da vindima.
           A vindima não se resume apenas ao dia em que uma pessoa decide colher as uvas. As cartas da adega chegaram no fim do mês de agosto, desde aí com a procura do pessoal para o trabalho até ao término da vindima própria e de todas as pessoas a quem se prometeu o dia a azafama não pára. Para a nossa aldeia a adega cooperativa ainda não abriu porém nos últimos dias se tem notado que a vindima está próxima uma vez que os tractores a caminho da adega vindo de outras aldeias já se fazem sentir, a adega cooperativa não abre as portas para todo o concelho ao mesmo tempo pois há zonas em que as uvas amadurecem mais cedo que outras, havendo assim localidades onde a vindima já se faz sentir antes de a adega abrir para a nossa terra.
  

            “O que é bonito neste mundo, e anima, é ver que na vindima de cada sonho fica a cepa a sonhar outra aventura. E que a doçura não se prova se transfigura noutra doçura muito mais pura e muito mais nova.” Miguel Torga

sexta-feira, 13 de setembro de 2013

Receita dos tradicionais Bolos de Manteiga

Ingredientes
2 ovos;
250 g de açúcar
250 g de manteiga
1,200 kg de farinha

- Derreter a manteiga
- Bater a manteiga com o açúcar
- Juntar os ovos
- E por fim juntar a farinha 












Preparação da massa para ser colocada no forno













Após saírem do forno