sábado, 25 de julho de 2020

Abandonada

A velha casa, onde eu morei outrora
E que há muito está desabitada,
Silenciosa envolveu-me, ao ver-me agora,
Num triste olhar de amante abandonada.

Com que amargor no íntimo lhe chora
Uma alma sensitiva e ignorada,
Que não tem voz para se queixar, embora
Se veja só, de todos olvidada!

Casa deserta e fria, que envelheces
Ao desamparo, sem uma afeição,
Bem sinto que me vês, que me conheces

E relembras os dias que lá vão...
Eu esqueci-te, amiga, e tu pareces
Toda magoada dessa ingratidão.

Roberto de Mesquita


segunda-feira, 16 de setembro de 2019

A minha casinha

A minha casinha
Não tem luxo nem riqueza
Mas tem valor para mim
É singela e pequenina
Mas eu gosto dela assim.

Sento-me à porta no verão
Se está frio fico à lareira
Tenho por ela afeição
Aqui vivi a vida inteira

Nesta rua é a mais bela
Plo menos para mim
Não tem varandas nem janelas
Mas eu gosto dela assim

Maria Patrocinia Barreto


sexta-feira, 9 de agosto de 2019

Na Aldeia Silenciosa

A primavera sonhou que era verão
Os pássaros acordam a madrugada
Anunciando um dia quente de emoção
Promessa de amor doce alcançada

Sopra morna a leve aragem verde
Trás um intenso cheiro das giestas
Todo o monte é um jardim em tela
Branco amarelo rosa são aguarela

Na aldeia silenciosa

Ladram os cães miam os gatos
Brincando ou buscando alimento
Armam nas ruas seus desacatos
Para não ficarem sem sustento

Na aldeia silenciosa

Povoada por asas de magia
No meio das casas em nostalgia
Chilreia a mais diversa passarada
Desenhando horizontes animada

Esperto o cuco chama o sol
Empoleirado no galho o rouxinol
Melros andorinhas e cotovias
Desafiam despicadas melodias

Na aldeia silenciosa

Toca o sino no campanário
Corre a água na fonte sem idade
Num silencio do seu rosário
Há um murmúrio de saudade…

Desses tempos que já lá vão
De festas convívios e animação
De longínquos dias de verão
E noites guardadas no coração

Nas ruas passava o gado a balir
Cruzavam-se e saudavam-se as gentes
Do trabalho ou da fonte num ir e vir
Almas cansadas de rostos contentes

Pairava o cheiro do forno a broa
No galinheiro sempre havia ovos
Vidas que passaram de gente boa
Que ignoram agora os mais novos…

Da aldeia ruidosa jaz agora este silencio…

Tiló Henriques


segunda-feira, 10 de junho de 2019

Meu País

Um país de clima ameno,
na Europa fica a jusante.
País de um povo sereno,
com um território pequeno
mas com alma gigante.
Por desgostos destroçado,
seu sentimento é profundo.
Vai olhando amargurado
os filhos que tem espalhado
pelos quatro cantos do Mundo.
É terra de marinheiros,
história limpa, sem mistério.
Nos mares, foi o primeiro,
descobriu um mundo inteiro
e fundou um vasto império.
Nação feita de arrojo,
a história fez como quis.
Filhos nados do seu bojo
são seus espinhos qual tojo,
é Portugal, meu país!
Autor: AvôXico Silva


sexta-feira, 18 de agosto de 2017

O Melhor Amigo do Homem

O melhor amigo do homem com certeza,
É o cão. Amigo presente e constante,
Valente, solidário e fiel a todo instante.
Demonstra ser capaz de em defesa,

Do seu dono e da casa até morrer!
Amoroso, adora um carinho, um cafuné!
Obediente aguarda, deitado do dono ao pé.
O momento de a canina fidelidade exercer!

Se lhe dão bronca, sai de cauda arriada,
Orelhas murchas, para logo, logo voltar...
Tendo nos olhos a expressão arrependida,
Como a pedir perdão e ao dono perdoar.

Ele é do homem o amigo verdadeiro,
Desde o remoto tempo da caverna.
E a razão desta amizade ser eterna,
É ele desconhecer o valor do dinheiro!

Pedro Paulo da Gama Bentes



quarta-feira, 21 de junho de 2017

Como é linda a minha aldeia

É tão linda a minha aldeia, o lugar onde eu nasci
Sob a luz de uma candeia, lembro a terra onde eu vivi
É tão lindo o amanhecer, cai o sol sobre as herdades
Lá não pudeste viver, hoje choras de saudades
Na hora da Ave Maria, quando os sinos vão tocando
É chegado o fim do dia, nossa gente vai rezando
Nessa hora de alegria, logo se prepara a ceia
À hora da Ave Maria... como é linda a minha Aldeia
Oh jardim das oliveiras, guarda os teus lindos trigais
És a esperança verdadeira, és a terra dos meus pais
É tão lindo o amanhecer, cai o sol sobre as herdades
Lá não pudeste viver, hoje choras de saudades
Na hora da Ave Maria, quando os sinos vão tocando
É chegado o fim do dia, nossa gente vai rezando
Nessa hora de alegria, logo se prepara a ceia
À hora da Ave Maria... como é linda a minha Aldeia
Roberto Leal